domingo, 30 de dezembro de 2007

Conforto

Conforto como corre o braço pelo lado
do corpo ao lado. macio.
conforto como o ouvido escutando o silêncio
do ombro que diz: "aqui"
Sentado onde deveria estar, e nunca ter saído.
Seu lugar de origem. seu fim.
O laço que só um corpo no outro sabe
sabedoria que por dentro sopra
quente e doce. lã no pescoço, beijo no olho, supiro aliviado.
Sol da manhã, dá manha. massagem.
café. sorriso no olho do outro,
do outro lado, abraço sem toque,
silêncio confortável como uma explicação
ausente e desnecessária.
a imperceptível totalidade do não-falar que é só
e só se basta, como um ouvido num ombro
um consolo sem motivo-tristeza, um abraço.

2 comentários:

Unknown disse...

Ah...esse é ótimo!E a qualidade está comprovada pq eu não esqueci desse.Qnd comecei a ler lembrei de qnd vc mostrou esse poema p gente na sala(Faz tempo,viu!).Se fosse não fosse bom teria passado despercebido.:))

Luiziana disse...

"felicidade sem nome" e "conforto" não as mesmas pessoas?