domingo, 2 de março de 2008

Domingo (Parte I)

Já se disse que a gente morre um pouquinho a cada minuto. Pois bem, podem contabilizar que no domingo se morre dois pouquinhos (seja lá quanto isso for) a cada minuto. É triste. “A vida é assim. Mas há que se trabalhar pra viver.” Na verdade, não existe muita opção na vida. Aliás, só há uma: viver. A diferença é quanto tempo se demora pra descobrir isso e “escolher” essa “opção”. Há que se viver. Tem de se viver. Afinal, quanta desgraça é necessária pra que alguém consiga permissão pra ficar triste num canto por um tempinho sem ter que ir lavar os pratos? Pra que deixem descansar da vida por segundos (vale lembrar que dias são apenas uma multidão de segundos...). É uma inundação de tanta coisa da vida. Por isso, existem(?) os suicidas. Suicida é uma pessoa que morreu asfixiada de tanta vida. Não conseguiu tomar um fôlego. A vida, como as outras substâncias aquosas e mutáveis, afoga as pessoas quando engolfa. É quase uma morte acidental.

2 comentários:

Malthus de Queiroz disse...

Eu prefiro morrer nas quintas. Domingos são dias chatos pra caralho até pra morrer. Abraço, velho

Luiziana disse...

Essa estória de não poder ir pro cantinho da sala, chupar dedo e cheirar meu lençol é o que mais me lasca!
Que bom que o Lino se vira como personagem de tirinhas, ninguém daria emprego pro Lino!
Em meios a tantos maremotos aprendi uma coisa: Nessa inundação, se vc fingir que tá nadando, já tá de bom tamanho!