sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Aquele que Dorme no Vale

Arthur Rimbaud (tradução livre de Heber Costa)

É num estreito verdejante em que canta um rio,
Decorado com arbustos em farrapos prateados;
Que, sobre montes altivos, brilha o sol alfario:
Um pequeno vale onde caem raios espumados.

Um jovem soldado, de boca aberta, sem chapéu,
E a nuca apoiada em frescas azaléias azuladas
Dorme, deitado na relva, sob o manto do céu,
Plácido, num leito verde com gotas iluminadas.

Com os pés nos lírios-espada, dorme, brando.
Sorrindo como uma criança doente delirando.
“Natureza, aquece-o, pois frio tem feito.”

Suas narinas estão indiferentes a qualquer perfume;
Ele dorme ao sol, tranqüilo, qual espada sem gume,
E com dois buracos vermelhos no peito.


Original:
Le Dormeur du Val

C’est un trou de verdure où chante une rivière,
Accrochant follement aux herbes des haillons
D’argent ; où le soleil, de la montagne fière,
Luit : c'est un petit val qui mousse de rayons.

Un soldat jeune, bouche ouverte, tête nue,
Et la nuque baignant dans le frais cresson bleu,
Dort ; il est étendu dans l'herbe, sous la nue,
Pâle dans son lit vert où la lumière pleut.

Les pieds dans les glaïeuls, il dort. Souriant comme
Sourirait un enfant malade, il fait un somme :
Nature, berce-le chaudement : il a froid.

Les parfums ne font pas frissonner sa narine ;
Il dort dans le soleil, la main sur sa poitrine,
Tranquille. Il a deux trous rouges au côté droit.




Em homenagem ao Dia do Soldado, 25 de agosto.

5 comentários:

Luiziana disse...

Eita!Coisa linda! Final maravilhoso.

Malthus disse...

Muito boa a tradução. Nós tentamos fazer uma desse mesmíssimo poema em uma aula de literatura francesa e não conseguimos nem 10% disso. Parabéns, meu velho

Liliane disse...

("Tremo e t'amo" - Andrea Bocelli)

T'amo e tremo
disse la dona
al suo soldato
che non tornava.
La sua voce
nel vento correva
sopra la neve
dove lui combatteva.

Tremo e t'amo
disse e piangeva
nel buio della sala
qualcuno rideva
per far torto alla paùra
a questo amore che gia finiva.

Il ricordo tradisce la mente
Il soldato non sente più niente

D'improvviso
Fu preso alle spalle
dal suo nemico
che strano parlava
delle rose, del vino e di cose
che un'altra vita gli prometteva.

Ma quante spose
la guerra toglieva
dalle bracia della prima sera...

Tremo e ho freddo
disse il soldato
al suo nemico que lo guardava
la sua voce nel vento restava
sulla platea che muta ascoltava.


Há quem ache Andrea Bocelli meio breguinha. Mas eu gosto e essa música me veio à mente com o poema...

beijos

Andrea disse...

Lovely, lovely!

Andrea disse...

Mandei um outro poema pra tu traduzir algum dia!! rsrsr
bjus